As pétalas
caem ainda brancas
nem tocam o
chão
entregues ao
vento
partem como
pássaros, num voo de ida
sem sortes
de regressos.
As sombras
permanecem
nestes
caules espinhosos
que a terra
agarra
mesmo saindo
o sol em viagem
estendendo a
passadeira aos dias cinzentos
e a noites
pálidas, lúgubres.
Os rostos dos
fantasmas atendem sentidos
cata-ventos
de perfumes
emigrados
memórias
pesadas, carregadas às costas
arranhando a
pele.
Somos vivos
como as pétalas
fragmentos da
flor
que me
lembra de ti
dos meus lábios
secos, viajantes
dum café
demorado
numa praça
de um qualquer sítio
sabor desses
olhos
que sorriem
ao ver uma
pétala tocar o chão.
1 comentário:
Outono sem piedade, Jorge. Bonito poema de partidas, mas de esperança. Abraços.
Lília T.
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