
foto de Lia Pansy
Não respondes. O teu silêncio corta-me o fôlego, deixa-me descompassado, triste. Irrito-me na proporção do meu egoísmo, na miserável auto-estima de que hoje toda a gente fala. Só sei que não me respondes. Os dedos bailam no teclado, procuro incessantemente o teu nome, as mensagens entradas, as chamadas não atendidas no fim de cada reunião, como se a vida de fora estivesse suspensa.
Procuro o significado de resposta. Procuro perceber o antes e o depois, a pergunta que a sugere e a não pergunta que não a causa.
Aceno que sim a mim próprio. Afinal importa mesmo ser respondido, importam os afectos e os gestos, e as coisas que os livros das psicologias falam, do que me emociona e do sentido do que tomamos como nosso, como meu.
Se gosto ou desgosto, ou não gosto, mas é meu: o meu amigo, o meu inimigo, o meu conhecido, a minha namorada e a minha mulher. Tudo o que vejo e sinto – é meu. E o que é meu, guardo, guardo mesmo sem que seja preciso inventar nada para guardarmos coisas tão grandes e preciosas anos a fio. Insubstituíveis, preciosas, inestimáveis, oxigénio e sangue, carne da nossa carne, e das minhas dores por onde filtro o que realmente me dói. O que é meu.
A não resposta é dor, porque me arranca e violenta o que é meu, aquilo que me torna corpo inteiro, que me faz feliz.
Responde, mesmo uma não resposta é sempre melhor que um silêncio, um vazio, um interminável minuto em que o vento se cala, as luzes se apagam e me torno escuridão, opacidade, invisível.
Responde meu amor, ou pergunta porque estou aqui, na mesma varanda onde um dia me mostraste a tua cidade, os teus muros, pedaços da tua infância e desse teu eu, a que sempre quis responder como meu.
Do outro lado do tempo, na cidade dos porquês, tenho uma sala marcada, esperando sempre pelo teu, que tem a resposta guardada aqui dentro. Um sim despojado e profundo de quem tudo pode dar, porque tudo se entrega a quem de verdade sabe perguntar: Queres ser meu?
Procuro o significado de resposta. Procuro perceber o antes e o depois, a pergunta que a sugere e a não pergunta que não a causa.
Aceno que sim a mim próprio. Afinal importa mesmo ser respondido, importam os afectos e os gestos, e as coisas que os livros das psicologias falam, do que me emociona e do sentido do que tomamos como nosso, como meu.
Se gosto ou desgosto, ou não gosto, mas é meu: o meu amigo, o meu inimigo, o meu conhecido, a minha namorada e a minha mulher. Tudo o que vejo e sinto – é meu. E o que é meu, guardo, guardo mesmo sem que seja preciso inventar nada para guardarmos coisas tão grandes e preciosas anos a fio. Insubstituíveis, preciosas, inestimáveis, oxigénio e sangue, carne da nossa carne, e das minhas dores por onde filtro o que realmente me dói. O que é meu.
A não resposta é dor, porque me arranca e violenta o que é meu, aquilo que me torna corpo inteiro, que me faz feliz.
Responde, mesmo uma não resposta é sempre melhor que um silêncio, um vazio, um interminável minuto em que o vento se cala, as luzes se apagam e me torno escuridão, opacidade, invisível.
Responde meu amor, ou pergunta porque estou aqui, na mesma varanda onde um dia me mostraste a tua cidade, os teus muros, pedaços da tua infância e desse teu eu, a que sempre quis responder como meu.
Do outro lado do tempo, na cidade dos porquês, tenho uma sala marcada, esperando sempre pelo teu, que tem a resposta guardada aqui dentro. Um sim despojado e profundo de quem tudo pode dar, porque tudo se entrega a quem de verdade sabe perguntar: Queres ser meu?
10 comentários:
É engraçado como só agora descobriste que a não resposta é dor...
Um texto maravilhoso, um sim como resposta... a uma pergunta que está feita...
Muito bem
Votos para que ela te leia
Beijo
T
"Responde meu amor, ou pergunta porque estou aqui"...
A ausência de respostas, ou mesmo de perguntas magoa, porque o silêncio tem o dom de ferir.
Uma crónica excelente!
Parabéns!
Beijo
olá Jorge
Como doi um silêncio!!! como o não resposta é insuportável.
Belo texto.
jinhos
Rosamaria
Olá,
Que o dia te sorria:))
Belo o teu texto, apesar do silêncio, que doi muito.
Sexta feira é dia de festa no virtualrealidade,dois anos de felicidade, vem participar da nossa alegria.
Beijo!
Isa
E quem sabe a resposta chega...
Um maravilhoso texto que já tinha tido o privilégio de ler em outro cantinho onde tiveste a amabilidade de ma deixar...
Um beijo
O teu texto Jorge, empurrou-me pela leitura e corri! Como eu corri angustiada...essa ausência de respostas também me dói.
Bravo!!
Um abraço.
Para quem será que escreves? E de quem será a resposta que procuras?...Que Deus te ilumine e te ajude a encontrar o caminho certo...Não gosto de te ver assim tão triste...Já te o disse antes...
Beijos doces no coração
Por vezes quando desejamos algo com grande empenho que seja nosso, ele acaba por nos escapar e a dor toma conta do que antes fora único. Belas palavras.
Beijos de Sol e de Lua.
Por onde andas doce fugitivo?!
Um beijo
goretidias
escritartes.com
Olá Jorge!
Há tanto tempo que não vinha aqui e a surpresa é sempre garantida.
Tantas fãs que as tuas palavras tocam, já viste?
Beijinhos
Tania
http://cheiadetudocheiadenada.blogspot.com
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