Espero por ti no banco do costume. Como sempre há uma impaciência idiota que me atravessa, como se não te merecesse, como se de um dia para o outro todas as certezas se afundassem e tudo se resumisse a este hiato de minutos que me separa de ti.
Há uma necessidade inata de querer o que não existe. Há uma existência que dói para manter a felicidade, como nossa, como se ela não fosse dona de si própria.
Chegas, porque tinhas e querias chegar, e eu quero que venhas e me olhes, e na serenidade de um olhar teu que me abraça, no teu perfume fresco dos dias quentes, nas madrugadas que espreitamos, quando a chuva nos fala e nos deixa juntos, no focinho dos bichos que se aninham nos teus joelhos, nos sons enfeitiçados das músicas que me arrepiam, nada mais se vê senão os olhos, e dentro dos olhos há um mundo de expressões e de sentimentos, há uma escrita nova que se desenha na tua língua, há a intensidade dos olhos que se fecham, porque este olhar não cabe dentro de nenhum olhar, e o toque e os corpos e o calor dos corpos não se sentem nem calibram, são chamas imensas ateadas, são minutos em que o mundo apenas é nosso, porque nada existe fora de nós, por isso queremos morrer nesse minuto e nesse minuto queremos ficar até morrer.
Nas paixões assim, intensas, dádivas amplas lembrando vulcões que renascem, rios incontroláveis, selvagens, multidões que sabem gritar a uma só voz sem que ninguém as ensine, crianças de berço que apenas querem o que lhes faz falta e choram apenas por isso, dores violentas de parto que choram na maior e imensa alegria, nestas paixões, está esta raça humana e diferente que me traz vivo.
Como posso num poema desenhar esta emoção e esta força que me exaure e me faz mais forte? Como me posso entender nesta violência que ciranda a cabeça e me confunde?
Como dizer-te isto apenas nas mãos apertadas?
Nada digo, e assim tudo posso, na imensa avenida que a largueza do coração consegue traçar.
Há uma necessidade inata de querer o que não existe. Há uma existência que dói para manter a felicidade, como nossa, como se ela não fosse dona de si própria.
Chegas, porque tinhas e querias chegar, e eu quero que venhas e me olhes, e na serenidade de um olhar teu que me abraça, no teu perfume fresco dos dias quentes, nas madrugadas que espreitamos, quando a chuva nos fala e nos deixa juntos, no focinho dos bichos que se aninham nos teus joelhos, nos sons enfeitiçados das músicas que me arrepiam, nada mais se vê senão os olhos, e dentro dos olhos há um mundo de expressões e de sentimentos, há uma escrita nova que se desenha na tua língua, há a intensidade dos olhos que se fecham, porque este olhar não cabe dentro de nenhum olhar, e o toque e os corpos e o calor dos corpos não se sentem nem calibram, são chamas imensas ateadas, são minutos em que o mundo apenas é nosso, porque nada existe fora de nós, por isso queremos morrer nesse minuto e nesse minuto queremos ficar até morrer.
Nas paixões assim, intensas, dádivas amplas lembrando vulcões que renascem, rios incontroláveis, selvagens, multidões que sabem gritar a uma só voz sem que ninguém as ensine, crianças de berço que apenas querem o que lhes faz falta e choram apenas por isso, dores violentas de parto que choram na maior e imensa alegria, nestas paixões, está esta raça humana e diferente que me traz vivo.
Como posso num poema desenhar esta emoção e esta força que me exaure e me faz mais forte? Como me posso entender nesta violência que ciranda a cabeça e me confunde?
Como dizer-te isto apenas nas mãos apertadas?
Nada digo, e assim tudo posso, na imensa avenida que a largueza do coração consegue traçar.
3 comentários:
suspiro...com a intensidade das tuas palavras...sempre apaixonadas e marcantes. q bom ler-te!!! bj
Intenso!
Beijo
Simplesmente maravilhoso, rapaz!
Enviar um comentário