12.1.16

Ver-te

















se eu te pudesse ver daqui donde estou
desta linha do horizonte
onde o mar se põe à tua hora
e as sereias repousam bebendo taças de vinho branco
frio
vejo-te claramente
nos teus traços que te definem
e na definição dos traços 
que fazem o teu rosto diferente
das viagens que já fiz
e dos sorrisos trocados entre pão e flores
entre o cheiro do teu cabelo molhado
e a chuva dos dias primaveris
imaginados
como imagino as neves brancas onde não chego
ou os teus braços onde não estou
se eu te pudesse ver daqui
donde sempre estou
não poderia ver mais
do que aquilo que sou

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