12.1.16

Perfeito



















busco como o Cesário
a perfeição das coisas
sabendo que hei-de morrer
no dia mais perfeito
passado já morto
e o presente
há-de ser sempre entre ti
e a sede do futuro
que não se adivinha
nem chega
entre ti
e as adivinhações das feiticeiras cegas
e a música trauteada
encostada aos muros castanhos
de qualquer casa onde nunca
entrei
busco a indigência feliz dos vagabundos
e o meu manto da noite
hão-de ser sempre os teus braços
a navegar por fora das orlas
num toque suave
único
perfeito

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