Na placidez
dos beijos enfurecidos
pergunto-me
a que sabem os teus
senão à tua
boca
a que
cheiram
senão à
carne da tua língua
abraçando a
minha
nem será
importante que o saiba
hoje
quando
soluças ou estremeces
nos teus
orgasmos plenos
férteis
os nossos
corpos encontrados a meio do outono
simples
nús
como sempre serenamente
me soubeste fazer feliz
e por isso
sempre a ti volto
sempre de
novo desejando-te
porque os
teus seios se decalcam no meu peito
e os nossos
lábios têm falas próprias, destinadas
a nada dizer
se o que
sentimos porventura nada diz
como as
árvores que nascem onde querem nascer
como os meus
dedos
no teu sexo
verdadeiro
e os teus
sussurros pronunciados
que me
nomeiam teu
na nossa
cama
porto velho
onde
atracamos no fim das jornadas
o nosso
único navio
cheio das
gargalhadas e dos sorrisos
junto às
trouxas de lágrimas
dos dias
vencidos
dos poemas
feitos de olhos fechados
no calor do
teu corpo exausto
contra as
minhas costas suadas coladas
que me fazem
teu
amovível
sem carnes
nem contornos novos
que as
cicatrizes marcam fronteiras
num amor sem
olhos que o veja
como um poço
sem fundo
onde tudo
guardamos
no
entusiasmante encontro veterano
dos gestos
juvenis que vão nascendo
nos
encontros dos dias
da velha
casa
velho tecto
conhecido
meu abrigo
novo
meu amor de
todos os dias
Sem comentários:
Enviar um comentário