não há mais
razões para que não te queira
não há mais
histórias para que troque a tua pele pelos sentidos
não há mais
dias de chuva para que chegue atrasado
nem as
noites são longas para que tenha de voltar
fico aqui
debaixo do teu corpo
desconforme
e a imaginação
é curta quando subo por ti
e deixo os
meus lábios desventrando os teus
mordendo-os
na angústia da fome
que faz de
nós um tronco só
a epiderme é
um tapete acetinado por onde deslizam
as tuas mãos
de feiticeira
fazendo
magia em cada contorno
deste
desenho que riscamos nesta cama
enorme
gigante
onde os
lençóis se amortalham
e os desejos
se compõem
não há
histórias de destinos
nem os teus
olhos são fatalmente
fatais
apenas se
ouve o sussurrar dos outros
passando sem
que nos entendam
e da tua
pele e da minha
há conversas
que não se traduzem
quando
caminhamos juntos
nos becos
estreitos das Lisboas encontradas
e da sede do
sol que espreita
apenas nos
cantos escondidos
ocultos das
sombras
onde o beijo
traz o teu
corpo apertado no meu
aqui neste
dia de todos os dias
a razão não
existe
apenas te quero.
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