Não se vêem
olhos nem faces reluzentes,
antes o bafo, sentados, como convém, doentes.
o verbo
solta-se, cheira, inunda
espera-se na
soleira por uma voz profunda.
Há traços
imprecisos nas faces lábeis,
os lábios
quase colados, finos, roxos
murmuram das
vidas, em meneios hábeis
das vidas
que adivinham, dos decrépitos e dos coxos.
Solilóquios
aos cantos da sala, disputados, eremitas
reparam-se
nos dedos, nas mãos inquietas que mexem
ininterruptas
e as nucas,
sempre as nucas que arranham as paredes
como a
espera das prostitutas.
e os
guardanapos que tapam dignamente as marmitas.
nem se
imaginam, se mentem,
secam-se os
desgostos nos folhados
e nos
depósitos de orelhas amigas, vazias
queixas, histórias,
funerais anunciados
e os lábios
são tambores rufando, soprando
o desgosto
de por ali se entreterem, a sopa
ficou por
casa, não está feita, e a roupa,
e os
telefones, são músicas de aleluia chegando
em conversas
de códigos, que sim, está para durar
já todos
foram chamados,
falto eu,
sou eu
agora, adeusinho. Já me estão a chamar.
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:)
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