3.10.12

Dialeto

















Queria encontrar um dialeto
só nosso,
códigos que dissessem tudo
sem ter de me demorar a dizer
que te amo.
E que os teus olhos sorrissem
quando me demoro
dentro da tua boca;
e fosses sempre lua e sol
na lonjura dos dias sem ti.
quanto queria que abrisses asas
e fosses meu pássaro
quando galgo as ruas
e me desfaço em água
apenas porque me apresso
a chegar a ti.
e nos barcos que cruzam o tejo,
que fosses a maré sublime
forte e poderosa
que me empurra ao mar aberto
e apenas tu me salvasses
deste destino
que me afoga
numa dor sem texto
onde apenas recito teu nome.
e no teu corpo
a marca
dos meus dentes nas tuas coxas,
fosse por fim desta melodia
que me cavalga o peito
e me deixa teu,
em cada átomo de tempo
em cada pedaço de ti.

1 comentário:

maria joão moreira disse...

Lindo, avassalador... adorei!