O meu corpo
embaraça-se
de tanto te
querer,
por mais que
a minha boca te diga adeus.
Fogem-me
estes pés,
descalços,
pedindo descanso,
e os meus
poros, a minha pele toda
arrepia-se
do cheiro
que marcaste em cada pedaço
de mim.
Há um tempo
de força
e de um não
vincado
de olhar na
praça a mudança das folhas
e de
perceber as sombras das árvores
mais altas e
mais baixas,
Há um tempo
de aninhar-me nas coisas comuns
como se a
vida já chegasse
quando me
bate de frente
e me pede
juízo,
como se o
meu corpo não existisse
e este frémito
grande, turbulento
que me jorra
dos olhos
e me dilata
as narinas
não me
trouxesse sempre a lembrança
desse teu
corpo
dos teus
olhos
dessa
primeira vez em que te senti,
e me leste o
poema
e dançaste,
perto de mim.
Porque nada
há a dizer
e me deixo
ficar
aqui,
a chuva cai
de agrado
contra a
minha janela,
e as minhas
lágrimas são testemunha
do quanto o
amor
pode apenas
ser
um caminho e
a distância
de te ter ao
longe
bem no fundo
de mim.
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