Deixa-me ser
teu
pertencer-te
de inteiro
como os
silêncios são das comtemplações
e as neves
eternas dos cumes mais altos
Deixa pegar-me a ti
como o verão
se pega à pele
e as sementes
se afundam na terra:
deixa-me
voar à tua volta
como
crisálida
à volta da
chama,
e deste
risco
saborear o
sorriso incauto
de te sentir
assim tão perto.
sei que
estou perdido
e por isso,
sei e basta-me.
as ruas têm
cheiro a fresco
lavadas,
despejadas do pó vespertino
e da sujeira
dos passos que passaram,
e eu perdido
na tua procura
oiço um
piano em tom menor
desprendido
de uma janela semi-aberta
onde uma
mulher de cabelo ruivo
com um laço
verde,
canta
num
improviso de jazz. e baila
num
movimento perfeito
quase
imperceptível,
e sorri de
gozo...
quase paro.
Deixa que
volte, mesmo perdido
vou lembrar
o teu rosto
como mapa
das minhas memórias
dos dias de
dentro
onde tudo
repassa a vontade
de te ter.
deixa que
fique
sentado na
soleira da tua porta
deixa que te
ame, assim
como eu
fosse apenas teu.
1 comentário:
lindo!
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