11.9.12

Na minha casa


No meu peito, aberto
existe um lugar onde só tu sabes entrar,
onde só tu adivinhas o lugar da chave
que escondi
para abrires quando quiseres.
Na minha casa, castanha
de madeira velha
deixo sempre uma limonada
a lareira acesa
e um livro do Eugénio
marcado e riscado
de tanto o ler.
Na minha mala levo sempre
um lápis
e um caderno
e o teu nome escrito em todas as folhas
por teimosia
e por amor,
e o bilhete de volta
para regressar
esperando a porta aberta
para te olhar e descobrir
os teus olhos chorando
debruçada sobre um poemas de Eugénio,
as mãos quentes da lareira
sempre acesa,
e um copo de limonada doce
com que os teu lábios frescos
me dizem olá.

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