Na praça
vazia
um som
repetidamente belo
enche-me até
o detestar.
na pequena
viela onde tudo se estreita
amalgo os
meus dedos em punho
e olho-o
como se de
mim não fosse
e empunho
este punho
e posso pela
primeira vez
apenas rir
dele.
na tua
janela
onde me
deixaste
da parte de
dentro desse teu quarto
na parte de
fora da tua cama
os ombros
gelados da patética
camisola de
alças,
adulo este
cigarro que te roubei
(há tanto
tempo os deixara)
e percebo
que apenas estou
na parte de
dentro de uma janela
com vista
paa as ruas largas.
não existem
dias sem ti
como
uma paragem
de autocarro
por onde
quero estar
quando
passares e me deixares
entrar
ainda não
sei onde.
de olhos
fechados
na praça
saboreando
os silêncios
de quando as
melodias se calarem
olhando as
janelas fechadas
os
autocarros que passam
sorrio,
quase sem expressão,
com toda a
paixão
de me saber
aqui,
nú, inteiro.
1 comentário:
talvez sozinho,talvez maltratado, talvez destroçado, mas... inteiro! É isso mesmo!
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