Os teus
olhos fitam,
nem
pestanejam,
são rios de
água que correm, azuis,
mas nada me
dizem.
Há outras mulheres
perfiladas, nuas,
que me
invadem,
despertam-me,
não me acordam
sem ruído,
sem palavras.
vestem-se
nas minhas costas,
formas
distraídas, acácias sugadoras.
- olho e
rio,
rolo no
chão, caio na ponta dos dedos,
nem me
importam os desenhos,
nem os apago,
tudo passa
sobre o que
fiz,
em tudo o
que fui,
em tudo o
que quero.
engulo os
contratempos e revelo
teu corpo
aos meus sentidos,
não me
importa se envelheces,
sou teu
macho
sou o teu
dia,
e a minha
noite vem das tuas coxas
reluzentes,
acesas,
iluminando a
estrada por onde me perco.
dando corpo
às memórias
aquecidas em
álbuns de fotografias
que são tão
vivas
como os teus
beijos que me deixas
quando
acordamos juntos,
e somos
cúmplices de chinelos e pijamas
bebendo um
leite morno
e um pão
aquecido, torrado.
Há códigos
secretos
onde a
palavra passe és tu.
há rugas que
me adoçam
e a vida
passa,
eternamente
dia a dia,
na louca
calma dos entardeceres.
1 comentário:
tu adoras o rio, e eu o mar... mas d.escreve-os tão bem!
bj grnd
ana margarida/fragmentus
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