Um pássaro
de asas enormes
rasa em voo
planado os meus desejos
traz-me
notícias sem encomenda
bica-me as
mãos
procurando o
pão dos restos dos manjares
de outros
dias.
dos meus olhos
nem água
ofereço,
sou um olhar
pequeno, turvado,
tenho o
pescoço frio
dos ventos
que sopram a todo o pano
e engelho a
vista
evitando a
poeira dos dias cinzentos.
a solidão
aos meus pés,
a tristeza a
espreitar dos cortinados.
o meu
pássaro recolheu as asas
empoleirado
no banco que divide comigo
olha em
frente
preparando o
novo momento
donde sairá
sem nada dizer,
e por isso
que deixo que um sorriso
me escorra
ao canto do lábio
e os meus
ombros se assomem
e o destino se
estenda na ponta dos meus dedos,
me torne
outro
e pinte da
escolha dos dias
a cor do
pássaro
que sempre
voa para onde quer.
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