Abres-te
como uma janela em dia soalheiro;
abres teu
peito
e sou um bebé enroscado
fazendo ninho do teu colo
teu rebento nutrido, cheio.
abres-me
teus olhos
e fazes que eu veja o mundo,
perceba o cheiro da terra,
e do sangue que cai sem sentido,
que conte a história das letras
e some as contas e os números;
abres-me teu
ventre
saio de ti
pisando chão firme
dás-me a mão,
chamas-me filho;
abres-me as
pernas
incendeias meu desejo
abres-me a
boca
e deixas nela teu beijo marcado,
de amante,
feminina,
menina fêmea
mulher
aberta,
ferida
sempre
rainha
nesta janela
onde o horizonte
se faz.
Sem comentários:
Enviar um comentário