As sombras
esfumam-se com o apagar das velas,
os medos
despem as vestes negras no raiar do dia
os
fantasmas perdem seu brilho pintados de cores
e os
dragões deixam as cavernas arrastados pela trela.
Expulso as
minhas sombras desta casa velha
onde me
deixo ficar menino refém das cicatrizes
tapadas
pelas calças com que me faço homem
depois dos
trinta e três que afinal desditoso não morri.
Faço do caminho
que se traça da beira da porta
sementeira,
meu pomar, meu eirado, meu moinho,
e dou
comigo nas canções que se cantam às manhãs
trauteando
teu nome - esperança feita da vontade
meu soberbo
dia que é sempre hoje
o melhor tempo
para se escrever o meu poema.
Sem comentários:
Enviar um comentário