28.3.12

Hoje











As sombras esfumam-se com o apagar das velas,
os medos despem as vestes negras no raiar do dia
os fantasmas perdem seu brilho pintados de cores
e os dragões deixam as cavernas arrastados pela trela.
Expulso as minhas sombras desta casa velha
onde me deixo ficar menino refém das cicatrizes
tapadas pelas calças com que me faço homem
depois dos trinta e três que afinal desditoso não morri.
Faço do caminho que se traça da beira da porta
sementeira, meu pomar, meu eirado, meu moinho,
e dou comigo nas canções que se cantam às manhãs
trauteando teu nome - esperança feita da vontade
meu soberbo dia que é sempre hoje
o melhor tempo para se escrever o meu poema.

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