21.1.10

Há tanto tempo que não namoro uma folha em branco.



Todos os dias penso nela, percebo-lhe a beleza escondida, o quanto crescemos quando nos envolvemos um no outro, quando nada nos perturba e o coração acelera de forma assustadora.
Quase nos perdemos em êxtase quando te percebo corada e te ofereço um ponto final que te deixa completa.
Pelo meio há memórias e sentimentos que repousam pelos teus cantos, palavras que são fotografias tirada da caixa de cartão, saudades antigas, ou apenas a partilha de algo que apanho do ar, que surge de te olhar e amar.
Nem sempre lidamos bem, são gritos e riscos, percebem-se as cicatrizes, há momentos de silêncio e até de abandono, quase te deixo com vontade de não voltar, transformo-te e transformamo-nos, perco a lisura, saímos amarrotados das noites tão longas onde nos deixamos esquecer.
Acabamos sempre por nos amar, deixo que durmas e toco-te outra vez, apareces vestida e sorridente, umas vezes és chita ou ganga, mas sabes vir de cetim ou de seda.
Peço sempre que voltes, deixa que dance contigo, que te ame em cada pequeno espaço, que sejas maré alta ou baixa, que à tua volta te sintas rainha e sejas a minha cara, eu todo, minha alma.
E quando deste amor nasce um poema, um texto, uma frase, ficamos, como amantes, ouvindo a presença de nos termos, completos.
Hoje vamos namorar.

3 comentários:

Samantha Beduschi Santana disse...

Parabéns pelo texto tão poético! Descreves bem o eterno namoro do poeta com o papel; ou talvez com o vazio, que sempre desejará ser completado...

Vanda Paz disse...

soberbo este texto

beijo

Moon_T disse...

este teu post fez-me lembrar um meu intitulado " tanta coisa para escrever". Se quiseres dá um pulo ao meu cantinho e espreita.

cumprimentos