30.9.09

Poema de ti (17)


Os momentos são da vida,
breves,
outros longos;
uns quentes,
outros que me atiram
de encontro à vontade de correr
sorvendo este vento
que me seca as lágrimas – invisíveis.
Perco de vista esses teus olhos
apenas os sinto
e imagino
como se podem dar da mesma forma
ingénua, apaixonada,
a outros momentos
que não os nossos.
No balcão – o café frio,
desistiu de me tentar,
devolvo-me ao sofá,
inerte, vazio
do teu espaço,
descontraído, grená.
Olho os meus pés
como se não me pertencessem,
decompostos;
já não quero correr,
nem iludir estes falsos momentos
onde os lamentos
me secam a alma,
recolho-os
espalho-os na mesa
e sorrio,
és sempre tu que sobressai
és sempre tu
num próximo momento.

1 comentário:

praia da lua disse...

não me canso de te ler e reler...nesse quê de nostalgia e ímpeto intenso, apaixonado e promissor q transcreves nas palavras de ti que me fazem sempre tua fiel leitora...(há já 3 anos, creio eu;) bj grnd