Não sei escrever senão sobre o amor, lamechas, confidente, pensado e louco, violento na sua amargura, perfeitamente doce e simétrico nas horas das mãos dadas e das palavras caladas que tudo dizem. Remeto-me ao inconsciente das palavras que procuro e percebo como é mais forte a ausência do amor.
Há uma continuidade no sofrimento do explicável, a sensação do vazio de quem não tem, a angustiante e agonizante revolta do que vemos e não temos, a revolta de não querermos daqueles que nos gostam e de querermos sempre de quem não nos gosta.
O Amor tem um Q maiúsculo agarrado, um Q de querer, de posse, como um alfinete de dama, pronto a não se deixar cair, nem a ventos nem a borrascas. O amor transforma-nos em fidalgos abastados, possuidores.
O nosso amor tem muitas vezes a figura dos rendeiros, que nos enchem e nos alimentam, e ao qual nada mais damos senão o coração para que o cultivem e reguem e façam brotar o trigo e o centeio verde, que logo se faz louro e pão e vida.
Por vezes detesto o Amor, de tão rigoroso e missionário, de tão verdadeiro. Como por vezes seria melhor apenas o sexo, apenas a carcaça que se usa ou se evita, apenas a vontade irresistível de despir e vestir quem por nós passa. O Amor assassina os voláteis e cobra à paixão, anos de escravidão, chama-lhe puta e vaca e não a deixa passar da porta. A paixão dorme no celeiro, com o cheiro das bestas, e o odor das saias de roda ainda quentes que se baixam quando o barulho de quem chega, surpreende e descobre.
O Amor é demasiado sério, é feito de carne e sangue e cheira aos neurónios afogados em entendimento e compreensão, em visões que mais ninguém percebe, em sons que nunca ninguém escutou.
De repente há palavras que passam, que me pressentem e viram os narizes apenas para dizer que passam. Vão para o colóquio no sítio mais fino da cidade das letras, levam com elas os textos sérios e importantes sobre o resto da vida. Comigo, bebendo um copo, acachapados nessas cadeiras de verga, sobre uma mesa de metal velha e enferrujada, ficam os versos lamechas, lavados na sabonária dos instintos, mal pensados, sem dormir, que me enchem esta vida, onde nunca consigo falar de Amor.
Há uma continuidade no sofrimento do explicável, a sensação do vazio de quem não tem, a angustiante e agonizante revolta do que vemos e não temos, a revolta de não querermos daqueles que nos gostam e de querermos sempre de quem não nos gosta.
O Amor tem um Q maiúsculo agarrado, um Q de querer, de posse, como um alfinete de dama, pronto a não se deixar cair, nem a ventos nem a borrascas. O amor transforma-nos em fidalgos abastados, possuidores.
O nosso amor tem muitas vezes a figura dos rendeiros, que nos enchem e nos alimentam, e ao qual nada mais damos senão o coração para que o cultivem e reguem e façam brotar o trigo e o centeio verde, que logo se faz louro e pão e vida.
Por vezes detesto o Amor, de tão rigoroso e missionário, de tão verdadeiro. Como por vezes seria melhor apenas o sexo, apenas a carcaça que se usa ou se evita, apenas a vontade irresistível de despir e vestir quem por nós passa. O Amor assassina os voláteis e cobra à paixão, anos de escravidão, chama-lhe puta e vaca e não a deixa passar da porta. A paixão dorme no celeiro, com o cheiro das bestas, e o odor das saias de roda ainda quentes que se baixam quando o barulho de quem chega, surpreende e descobre.
O Amor é demasiado sério, é feito de carne e sangue e cheira aos neurónios afogados em entendimento e compreensão, em visões que mais ninguém percebe, em sons que nunca ninguém escutou.
De repente há palavras que passam, que me pressentem e viram os narizes apenas para dizer que passam. Vão para o colóquio no sítio mais fino da cidade das letras, levam com elas os textos sérios e importantes sobre o resto da vida. Comigo, bebendo um copo, acachapados nessas cadeiras de verga, sobre uma mesa de metal velha e enferrujada, ficam os versos lamechas, lavados na sabonária dos instintos, mal pensados, sem dormir, que me enchem esta vida, onde nunca consigo falar de Amor.
5 comentários:
Pois...continuas a escrever sobre o amor como ninguém...e é tão bom reencontrar-te...sem nunca te esquecer.
Vou voltar...agora...mais do que nunca.beijos muitos e doces.
I...
uuh...até fiquei sem folego ao ler esta descrição, tão boa e intensa, do amor!
sem duvida q, afinal,ate sabes falar do amor mas nunca falamos tudo, há sempre um indizível q o acompanha e q é,provavelmente, aquele q nos fascia, arrepia e (e)ternamente nos seduz neste sentimento...a meu ver, o + poderoso de todos!
ainda bem q escreveste, devias faze-lo+vezes.
bjs
nas letras que transportam todas as falas, nas virgulas que sustentam os sentimentos e os paragrafos que nos rasgam a alma...
pra que falar de amor?
deixei-te um "mimo" lá no blog!(",)
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