23.7.08

Agora


foto de José d'Almeida

Agora que o sol repousou
sobre um mar rendido
e que as flores se fecharam
abraçadas;
agora que as bruxas acordam
trocando feitiços,
e a chuva se esmaga nas vidraças
dançando elegante
como se o mundo todo chorasse.
Agora
que te vi percorrendo
cada rua
com um sorriso generoso
nesse rosto
inesquecível,
e que as tuas mãos
se oferecem a outro destino,
a outros abraços.
Agora que os velhos repousam
no esquecimento dos dias doridos
e o suor seca por si
escorrida das têmporas dos
que chegam e já partem,
agora que os livros se fecham
marcados num canto
deixando nas páginas cicatrizes
indeléveis;
agora que o tempo se esgota
num mundo sempre cheio de fins
de destinos sem roda,
de homens de cátedra
e de catres onde os homens se perdem;
agora que as mulheres se soltam
nas lantejoulas
que iluminam as vielas onde a vida
se ganha e perde.
Agora entendo,
Que há tempo para sempre ser agora.

5 comentários:

Moon_T disse...

nao vale a pena tentar para-lo.
é algo de valioso (e de tara perdida)


"Não havia tempo para viver num tempo parado"




obrigado

Vanda Paz disse...

esse teu agora já passou, mas existem um sem fim de agoras ainda para passares

beijo-te agora

Anónimo disse...

mt introspectivo.o agora é efémro, é umamescla de passado e futuro,portanto, é bom que te realizes em cada micro-segundo que passa,para que possas ser feliz!bjs, ana (ex-turtle)

Fragmentos de Elliana Alves disse...

lindo blog
amei vim aqui,
parabéns...

Bjsssssssss

Roxanne W. disse...

"Agora que os velhos repousam
no esquecimento dos dias doridos
e o suor seca por si
escorrida das têmporas dos
que chegam e já partem,
agora que os livros se fecham
marcados num canto
deixando nas páginas cicatrizes
indeléveis;"

Agora que aqui regresso...agora que continuo a sentir o calor de cada palavra tua, que é escrita como se fosse sussurrada ao vento...agora que te percorro em verso...agora...

Gostei muito, como sempre