5.1.07

Relógio

Olho o relógio,
gastador do tempo,
pastor das horas que passaram
e das que hão-de nascer.
Acerto-lhe os zeros
como se fosse Deus,
anfitrião
do meu tempo,
e a memória das horas,
se apagasse num estalar
de dedos.
olho o relógio
uma vez mais,
tem a côr do recomeço
e os números
tingem-se de um verde
esperança,
renascida,
talhada na alma
sonhadora,
coração aberto e largo,
num eterno devir
de um tempo
que não pára.

1 comentário:

Roxanne W. disse...

jorge...por onde andas...
a tua calmaria de palavras sossegou-me...que prazer é ler-te...como se as tuas palavras tivessem a quietude das ondas ou a precisão de um relógio...obrigada