11.7.06

Na pressa do caminho

Na pressa do caminho
que enfrento
pelos sítios já trilhados,
carrego no ombro
o meu bordal
pleno
das memórias
já guardadas,
risos e lembranças
inesquecíveis momentos,
vozes que me tocaram,
gestos desmembrados
multidões roucas,
rios inesgotaveis que passamos
para margens onde
a descoberta
sabia a amores novos.
Coisas inexplicáveis,
gente de outros mundos
que me construiram,
pessoas incomparáveis.
na singularidade da diferença.
o mistério
do preto e branco
da noite e do dia,
das sinfonias que me arrepiam
e me fecham os olhos.
Na pressa do caminho
tenho tempos de espera
inesquecíveis
inexplicáveis
incomparáveis,
na pressa do caminho
tenho a vida que passa
e dou-lhe o braço
fazendo-me caminheiro
deste velho caminho.

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