4.7.06

Dias de Timor

Calam-se as vozes
pequenas,
onde os sorrisos fazem falta,
e os sonhos outrora
já desfeitos,
voltam a ser
fantasmas da nova aurora.
Uns passaram,
outros vieram,
botas cardadas,
senhores de qualquer terra,
deixando aos que lá
nasceram,
o fruto de um sangue
derramado,
olhos tristes, incertos
sementes calcadas
sem futuro,
que o dia
se vive longamente
no abstracto reino
deste muro,
que a toda a hora
se levanta,
que a toda a hora
nos espanta,
num sofrimento sem medida
num mare de crude
inventado,
Timor sempre no peito
Lorosae, quando serás resgatado?

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