12.5.06

Clandestino

Guardo desejos
mascarados de segredos,
- apenas tu sabes
que os gestos
e o olhar
são testemunhas
desta fome incontrolada
de te querer.
As palavras correm
livres,
levam-me neste sonho
pastor das minhas mãos
prontas a desgarrarem-se
em ti.
És livro proíbido
escondido
num recanto,
onde cada folha
tem memórias e sabores
que não se podem recitar.
Restam histórias,
pedaços dos momentos
que nascem clandestinos,
breves, intensos.
Depois olhamo-nos,
despimo-nos,
fazendo o corpo tremer,
ao ritmo
de quem se segura
nos dias de todas as horas,
onde sabemos
nunca aportar.

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