3.7.15

talvez


 













se eu pudesse andar por este céu
feito nuvem
e abraçasse a lua
por entre os raios que o luar
derrama
talvez te pudesse ver os olhos
e perceber onde andam os teus sonhos
se o mar fosse apenas este lençol azul
tranquilo cor de prata
que a noite devolve
à minha insónia
e a água me deixasse ser um peixe
tranquilo
ágil
talvez chegasse à tua praia
quando o inverno se despede
e te pudesse ver
cheirando esta maresia infinda
que te traz o conforto
das mantas onde me abraçaste
e fomos um corpo quente
lava vermelha em fusão
se eu crescesse por detrás das montanhas
e tivesse a coragem das avalanches
e derretesse o gelo
que o teu coração me oferece
podia avistar do alto
esse pequeno ponto
janela
onde pousas os braços
e esperas
que entardeça
para beijares a noite
e dizeres à lua
que não me viste...

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