14.2.15

Notas presas




















as notas (as palavras) tocam afinadas
as frases falam do assunto de todos os meus dias – de ti
pela janela a chuva diz-me que estou bem aqui dentro
a música fala comigo
aquece os meus dedos
mesmo que fujas
mesmo que deixes o meu ombro se encostar ao teu
as histórias que eu invento e procuro
são tão diferentes das tuas
as ruas levam mais água que gente
e os candeeiros parados
foscos
alumiam a noite dos teus olhos
desta distância cavada entre nós
do que quero dar e no que arriscas aceitar
eu poema e tu prosa
eu baile e tu dança
eu onda e tu mar
eu beijo tu um corpo inteiro
na inocência das amizades rejeitadas
que a paixão não sabe conceder
deixa que o meu murmúrio se levante
e que os lábios trementes balbuciem
que é de ti que sempre falarei
mesmo que as notas (as palavras) se calem desafinadas.


1 comentário:

OceanoAzul.Sonhos disse...

belo, como sempre...

bj amigo