27.6.13

Solidão



A solidão
agita-se nos dias mais sós
quando não tem tempo
para escolher estar só.
a solidão quebra-me
a palavra-passe das memórias
faz-me navegar nas prateleiras dos livros
enfarinhados, sábios
entabulado em corredores,
abrir todos os cofres
e todas as salas
onde me deixo esquecer
molhado, enlutado
com mãos cheias de fotos
passados registados
a preto e branco
de um ténue risco
outrora lábio
semi-lua inexpressiva
brinco de um nariz sem razão
que a rosa já cresceu e murchou
que o tato assim me cega
por todos os que cruzo
e não sinto.

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