15.10.12

Cantos das folhas






Escrevo nos cantos das folhas
os versos que não sei dizer,
embaraço cada letra em novelos
e jogo no ar
as pingas de chuva
que nunca me dessedentam.




Não sei se algum dia
o sol me entenderá
ou se os pássaros deixarão de fugir
quando os contemplo
apenas parado a ouvir.

Sou corpo
de mãos secas,
das palmas das mãos gretadas
de tanto mar
que passa nestes tempos
do silêncio
e das areias que se metem
por todos os poros.

Escrevo num propósito
exorcizo a magia
de te ter por aqui.

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