saio de ao pé de mim
deixo-me e vejo-me de longe
por perto
sorrio e observo
como se o mar se deixasse
prender
ou o milhafre pairasse por
momentos
nos meus olhos.
vejo-me de mãos arregaçadas
com ritmos disruptivos
canções espantadas,
vejo-me de chinelos
nas passadeiras de veludo
colado a velcro.
volto à casa de partida
com a imaculada virtude de
voltar a mim
como se de mim nunca tivesse
saído,
trago um saco cheio de
sorrisos
e rosas frescas.
os perfumes que se apanham
sabem a ontem
e volto e retorno
cada vez que me quiser
e aponto os teus olhos
no meu caderno amarelo
como memória do amor
que quero pintar em cada
poema
guardado.
pronuncio o óbvio - amo-te
daqui mesmo
do lado neutro
onde nunca estou sem a
convicção
de voltar a mim.
marcho como soldado de farda
nova
na minha guerra privada
de fuzil prateado,
e ergo-me e escolho
e sou eu
e sou o mundo
e sou tanto mais, tanto mais
que isso.
1 comentário:
do lado neutro, podemos ser quem quisermos...
Lindíssimo!
abraço
cvb
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