9.2.12

Do teu lado


Do teu lado,
quando te percebo aí
pela quentura do toque,
porque me doem as têmporas
de aspirar teu cheiro,
e me arrebata o silêncio
de te sentir calada
dizendo todas as coisas
que sempre preciso ouvir.
Não existem nãos.
o que me separa de ti
donde quero chegar
é deixar que amanhã seja ainda maior
esta distância.
É do teu lado,
quando em todas as línguas estrangeiras
te entendo e te solto as palavras
que a verdade nos aconchega
como manta de inverno.
Do teu lado
sou um pássaro migrante
desafiando o caminho
por uma chegada aonde sempre torno.
Do teu lado,
nu,
sentindo-te nua
desejando-te ardendo,
em teus olhos vítreos, vagos
em teu movimento ritmado
amante
plena;
desse teu lado
arriscava a vida
para sempre me sentir assim.






1 comentário:

Tália disse...

Aqui deste lado esta tudo negro e frio.

Bonito poema

Beijos