17.1.12

Preciso de Luz



O breu cai em farrapos
adormece-me,
enevoa a minha vontade,
sou peregrino de um destino
que não decidi escolher.
pergunto-me das razões que me acolhem
sem respostas límpidas
sem prenúncio
de novas histórias,
caminho com a autómata sina
dos condenados.
percebo-me e olho-me
de longe de mim.
não me quero, nem me deixo
agarro-me pelos meus próprios ombros
dói-me
quando me olho aos espelhos
e não me conheço.
sou um velho
da cor que tudo é, e nada diz,
sou o cinzento dos dias
que se olham por trás das janelas,
dos dias em que sou prisioneiro
de tudo o que não domino.
sou desculpas
sou motivos
sou a razão que lacrimeja,
sou uma casa fechada
o cárcere das palavras revoltadas
destes tempos
para os quais a luz
arranjará tempo.

1 comentário:

Anónimo disse...

a luz desponta na sombra, sempre que a queiras...

bj amigo
ana margarida