4.11.11

O Medo













Os olhos abrem-se ao medo,
trago de dentro de mim
o que não me pertence,
mistura das memórias
e das pertenças,
das recusas
das impaciências e dos desfavores.

As cores dos teus pastéis quentes
misturam-se
há telas esbatidas, tristes cinzentos
pretos escuros destinados ao nada.
Há quem tenha medo das guerras
e quem tenha “apenas” medo de perder o que tem;
o meu medo repousa no olhar
que desvio de ti
na coragem que se rasga e se perde
de te dizer que te amo.
sou eu e um mundo
que apenas eu conheço
nesta relativa relatividade
dos outros mundos
onde nunca estarei,
como por isso és única
dentro de mim e do que sou
das palavras que digo
e das que guardo
dos gestos que abro
e dos que contenho.
o medo
vão, soluça
o medo
infecta, prolifera,
o medo gela
e torna mais nobre
cada gesto
quando te guardo a mão
colada ao meu peito,
perdido do medo.

1 comentário:

Vanda Paz disse...

Não tenhas medo

A amizade é um abraço imenso

Bjo