17.10.11

O novo acordar




Conheço
os acordares demorados
quando a pertença se desfaz
e os olhares são tristes -
os ombros pesam
derrubam
num caminhar mortiço;
o vento tem uma aragem
quente, queima.
percorro a vontade de içar
os olhos
nem te vejo meu amor
por detrás do espelho
quando os pelos cinzentos
duma barba desalinhada
pedem a cosmética dos dias iguais.
Estou perdido amor
fora dos teus braços
nestas filas
das madrugadas humilhantes
que nos inventam e reduzem
e nos matam por dentro.
Estou por aqui
com o coração rasgado
os braços abertos,
a vida sobrando
amputado, e só tu ficas
na recordação do futuro
e do que ainda haverá de ser.

1 comentário:

Vanda Paz disse...

por vezes o melhor é deixar-se adormecer e sonhar.

beijo