6.11.09

Razões de ti (3)





É no teu corpo que sinto que se passa algo de verdadeiramente normal. quando te abraço, e a tua recusa vem na defesa que fazes dos teus lábios, em ter de te buscar mais fundo, e amarrar ao meu corpo esse volume intenso e fresco dos teus seios presos, contidos.
Nem as minhas mãos se permitem a um inocente passeio na curiosidade do desejo cada dia mais forte.
Há uma promessa de que o destino virá para nos encontrar, e um dia haverá na calada de um qualquer lençol, a verdade das nossas vontades e desse calor imenso onde me permito ser culpado de sorriso nos lábios.
Somos cada um e as nossas vidas e a irrepetível sede de um momento em que nos separamos delas e somos assim – nus – apenas seres sem raiz, vagabundos de uma procura que não tem rosto, porque se enrola nessa mesma procura.
Não há amanhã nos retratos, são apenas fotos “á la minute”, que se guardam para explicar momentos e são partida de histórias que se contam, caladas.
Sinto no teu sorriso a tal vontade, o precioso sentido de um ligeiro calor que me roça os dedos, de um olhar que se entrega sem testemunhas, de um espaço de terra onde apenas aportamos e escondemos o nosso tesouro.
Depois, como falcão, vigio o teu horizonte, e espraio o olhar. Á minha frente, pressinto a espera e deixo que o entardecer caia, que o Sol volta todos os dias.

2 comentários:

Heduardo Kiesse disse...

entrei nas tuas palavras e me senti lá dentro


:-)

abraço

Vanda Paz disse...

Um belissimo texto

Beijo