Esta linha ténue
que divide os dois lados da vida,
atormenta-me e rompe-me as amarras,
crescem-me porquês
no meio dos braços
e o peito mudo
ri.
Este arame que atravessa a vida
e me desafia,
balança comigo
sem me deixar cair,
ténue e frágil
como todos os caminhos
estreitos
onde a luz demora a passar.
Nas caras com rostos fechados,
leio as rugas escritas
no sangue e no suor
dos pés que se escapam
de outras linhas
outros arames
onde se balançam,
onde há sempre feridos e mortos
contados na necrologia disfarçada
da folha do diário.
Nesta linha ténue
imprevisível
inevitavelmente frágil
perene
onde cruzamos nossa estrada
fica sempre um olhar
ensombrado
que me pergunta
onde está o lado
que não escolhi.
3 comentários:
a linha da vida é o (de)curso do (des)amor...
gosto sempre do que escreves.
o teu blog está bonito, em fundo branco.
bj grnd, amigo :)
muito bonito este poema
bjo
São linhas muito ténues, estas... *
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