18.9.08

Poemas de Ti XII



No dealbar dos dias
quando os botões
das flores púrpuras e amarelas
vacilam,
e se fecham à claridade intensa
da lua;
e o sol por
momentos
se pinta da cor
que nunca nos atrevemos
a dizer;
nas vésperas
da surdez recolhida,
e dos dedos negros
sujos das tintas dos missais
e das histórias amordaçadas
amedrontadas:
- é nesse preciso tempo
que me deixo ficar
sentado a um canto,
imperceptível,
da minha janela alta
recolhida,
e rio das lágrimas
que se soltam
deste olhar que chora
por não te ver.

4 comentários:

guvidu disse...

a dor da saudade e do desamor bloqueia-nos, mts vezes, torna-nos estáticos como se fõssemos estátuas à espera de um toque de vida, de um sopro de amor...acho q é o q significa isto."é nesse preciso tempo
que me deixo ficar
sentado a um canto,
imperceptível,
da minha janela alta
recolhida,
e rio das lágrimas
que se soltam
deste olhar que chora
por não te ver."
lindo, e triste mas quero-tefeliz, poeta!luz e paz

Moon_T disse...

"a cor que nunca nos atrevemos a dizer"

essa mesmo que encandeia, que aquece e arrefece... que nos envolve.

o rio de lagrimas que se solta ate pode nao secar, mas concerteza alguem as ha-de lavar.



muito bom como sempre
espero que desta a ausencia nao seja tao longa :)

Unknown disse...

Descobrir que a memória nos traiçoa, nesse estado melancólico evocado pelas recordações e pela saudade, é algo que, embora poético, nos corrói a vontade de viver cada dia no presente e de sonhar com a felicidade vindoura do futuro. As cores da alma que nem nos atrevemos a dizer são as cores de que precisamos para que o dia de amanhã nos transforme em alguém mais feliz.
Não sei como passar esta mensagem claramente, porque apenas a vivi, mas cá fica a tentativa de quem já se apaixonou perdidamente e que perdidamente se re-encontrou.
ternujinhos
Marisa

Vanda Paz disse...

Passei,
senti um terno calor
húmido
sobre o meu rosto,
eram lágrimas.

Olhei o céu,
as nuvens
desenhavam o teu nome.

Nesse momento
oiço o grito da águia
em tons de mágoa
da saudade de ti.

Sinto o teu sofrer,
desdobro-me em palavras,
tentando
construir uma ponte
entre nós…



obrigada pela inspiração

beijocas