18.9.08

Poemas de Ti (XI)





Toco-te
sinto a textura que conheço,
e não te sinto…
na distância breve
onde te entreténs
nas palavras que trocas
- não comigo,
percebo
o quanto és maré vaza,
reconheço
que as minhas mãos se afundam
nas crateras que estes
bolsos
representam,
e afasto-me dos teus olhos,
sem descolar de ti
esta palavra aberta nos meus lábios,
pela vontade repetida
de te querer sem vontade..
Já não sou feito dos minutos
que te esperam,
tenho o trago e a tez
de um vinho maduro
duma planície em Outono
depois da monda,
sou um velho repleto de vazios,
vestido das memórias
que as camas onde te deitei
cicatrizaram;
e na verdade do teu cheiro
e na saudade do teu corpo,
repouso esta vontade
outrora saciada
hoje re –desejada.

2 comentários:

Moon_T disse...

há fogueiras que nunca apagam...



e chuva...essa...nunca pára

Anónimo disse...

Lindo este teu poema...embora cheio de dor...de amor ou desejo...vivo e cheio de sentimento.Assim vale a pena,muito a pena viver...

Sempre contigo...beijos doces no coração.
I...