26.5.08

Desespero


foto de Regina Lafay

Tenho o desespero
à minha espera.
Arrumo na bagagem
memórias
destes dias em que o mundo
me entretém,
visões do que me falta
para partir.
Não está frio,
deixo a capa pendurada
e saio a porta
para um encontro
a cada hora anunciado.
Ainda é noite
ainda há tempo
para outro rumo
e os caminhos abrem-se
pedindo aos meus passos
que escolham.
Encosto-me na ombreira
da porta
olhando-te…
Volto a casa
o gelo na espinha
o gato fitando-me
a luz apagada,
sei de cor onde está a capa
pendurada…
O desespero espera.

5 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Vanda Paz disse...

Um poema muito ao teu estilo.

Beijo

nas asas de um anjo disse...

intensa descrição da dor!gostei das alavras, não do sentimento em si...bjs

Unknown disse...

Por vezes a alma cristaliza e todas as suas cores se transformam num nevão interior, gélido, sepulcral, silencioso. Branco.
Que a tua dor seja compensada pelos dias mornos de arco-íris e que o gelo que agora te tolhe derreta para dar lugar à vida. Porque ela renova-se, de uma forma ou de outra.
borboleijos doces e obrigada pelo rasar de asa que deslizas pelo nosso cantinho.

Mei

Rafael Heitor disse...

espero poder fazer parte um dia dos seus blogs favoritos,o seu já faz dos meus
obrigado