O livro caiu-me das mãos, ainda agora o devorava entusiasmado, e o disco que tocava, emudeceu rendido. Nas ruas já não rebentam as vozes dos inquietos e dos injustiçados, e o autocarro urgente das tantas e tais já passou apressado sem que eu o queira. A chuva caiu e o Sol voltou, como se nunca nada acontecesse, e os tachos ficaram ao lume aquecendo um jantar adiado. Não, não reguei as flores, nem vesti nenhuma das roupas que me prendiam na escolha decisiva. nem me sentei para ver na TV o show que ficou a meio, nem a resposta à pergunta mais difícil, que um dia já não é importante. A memória perdeu-se, e o frio que ainda agora gelava os pés, e o suor que caía deste Estio esgotante e intenso, não são mais que apontamentos de outros dias. As janelas abertas de par em par, não batem nem se fecham, os sinais são de outras cores, nem vermelhos nem verdes, o amarelo não pisca, como meus olhos doridos, chorando, são agora faróis atentos, e os correios e as cartas já não são mais que objectos que se guardam e não se atendem, nem que o telefone toque colérico do desprezo que lhe entrego. O mar abraça-se à areia manso e calmo como se parasse para escutar. As histórias arrumaram-se em fila de espera, nem as palavras se importaram de ficar presas nos lábios, afinal tudo parou, apenas porque chegaste e te sentaste, bem perto de mim.
As palavras, revelam pensamentos. Os pensamentos revelam a alma, e cada alma, o verdadeiro ser que faz deste mundo um constante devir...
28.2.08
Chegaste
O livro caiu-me das mãos, ainda agora o devorava entusiasmado, e o disco que tocava, emudeceu rendido. Nas ruas já não rebentam as vozes dos inquietos e dos injustiçados, e o autocarro urgente das tantas e tais já passou apressado sem que eu o queira. A chuva caiu e o Sol voltou, como se nunca nada acontecesse, e os tachos ficaram ao lume aquecendo um jantar adiado. Não, não reguei as flores, nem vesti nenhuma das roupas que me prendiam na escolha decisiva. nem me sentei para ver na TV o show que ficou a meio, nem a resposta à pergunta mais difícil, que um dia já não é importante. A memória perdeu-se, e o frio que ainda agora gelava os pés, e o suor que caía deste Estio esgotante e intenso, não são mais que apontamentos de outros dias. As janelas abertas de par em par, não batem nem se fecham, os sinais são de outras cores, nem vermelhos nem verdes, o amarelo não pisca, como meus olhos doridos, chorando, são agora faróis atentos, e os correios e as cartas já não são mais que objectos que se guardam e não se atendem, nem que o telefone toque colérico do desprezo que lhe entrego. O mar abraça-se à areia manso e calmo como se parasse para escutar. As histórias arrumaram-se em fila de espera, nem as palavras se importaram de ficar presas nos lábios, afinal tudo parou, apenas porque chegaste e te sentaste, bem perto de mim.
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8 comentários:
Olá,
Belissimas manto de palavras sem fios...so tu importas...
Adorei!
Beijinhos
Isa
adorei a frase do mar,da areia e da quietude...mt lindo!bjs,Turtle(a tua parte do dueto ficou tão intensa,q fiquei sem jeito para continuar...rs)
enviei-te agora o excerto que fiz...I hope you like!(",)
O êxtase também provoca paralisia.
O marasmo da paixão existe...
Já o tinha sentido na leitura da tua poesia, Jorge ,quando procuro adormecer nela!
Lindo como não podia deixar de ser!
Um abraço e um beijo.
Oi atraves de blogs de amigos, cheguei no seu, que é mt bonito, convido-o a visitar-me e ofereço o meu award. Um abraço
http://sonhos-secretos.blogs.sapo.pt
Fico sem saber o que comentar face a palavras tão plenas de sensibilidade!
Diz-me, já publicaste o teu livro "Asas de borboleta"?
Um beijo
Até eu fiquei estática! Parei...li...
e emudeci...
Um beijo
Peço desculpa, troquei os comentários com outro J . Agora tenho que ir ao outro blog buscar o que era para ti...
Mas não faz grande diferença, vocês os dois escrevem primorosamente. O que disse do teu texto serve para o dele e vice-versa... Mas olha que bem podias publicar um livro também!
Aparece mais no Escritartes. Fico com saudades quando foges.
Um abraço
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