11.9.07

Soneto do tempo certo

Se fosse agora o tempo certo
De emudecer, e a boca se fechar
Se pelo menos meu peito aberto
Te pudesse sentir mesmo sem poder falar

Não teria razão para tristeza
Porque as palavras que me terias dito
As guardaria como a maior riqueza
E tudo deixaria em memória, escrito

Do tempo que sentisse solidão
E sofresse aberto o coração
Faria das memórias que guardasse

o templo onde por ti esquecido
o amor que por ti se revelasse
Ressoaria no ar eternamente fúlgido

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