23.7.07

Poemas de ti (7)




Na aproximação dos olhares
quando te leio, na implacável
transparência, vítrea,
da tua alma desnudada,
quando te encontro desarmada
e assalto tuas janelas:
Irrompo em tua casa
Sento-me.
Chamo-te.
Tu vens, e sentas-te…
e nos temos.
Como se sempre fosses minha,
e teus lábios
minha casa,
papoilas no meio da seara…
teu ventre
é minha eira,
onde espalho meu trigo mondado
e te lembro,
de fita verde, beijando
teu cabelo loiro - trigal,
começo de sementeira
que deu num Agosto
abundante,
contigo derramada em meus olhos,
cantiga de Maio
num luar grande, iluminado
e sombras de velhos freixos,
escondendo beijos
trazidos no teu cesto, de vime
cheio deste desejo
que me aconchegou em ti.

5 comentários:

Anónimo disse...

...epá, tá fixe!

Vera Carvalho disse...

Mas que lindo Jorge!
Apetece-me pular deste mundo e entrar apenas num passo nessa vida que descreves com palavras.
A doçura mais pura verte das tuas poesias!Adoro ler-te!

PoesiaMGD disse...

Um cesto cheio de desejo... belíssimo! Adoro ler estes teus poemas tão meigos e serenos!
Um beijo

Unknown disse...

Jorge, tens a capacidade de me levar para o mundo dos sonhos!

Deixo-te um beijo

Vanda Paz disse...

Soberbo!

Beijo

T