4.12.06

Cheiro de hortelã


Entro na tua casa,
cheira-me ao chá de hortelã
que perfuma os beijos
com que me recebes
e me prendes junto a ti.
O calor de Inverno
sobra da salamandra
que se esconde ao canto
da tua sala.
Uma tranquila ternura
irradia da tua pele de
amante, agora nua,
mulher plena,
onde a luz do fim da tarde
desenha teu vulto
no encantamento com
que me contas teus dias.
Somos dois corpos dormentes
Rastejando nos vincos
do pano acetinado,
moldado
ao nosso prazer,
duas taças sempre meias
na noite que nos espera,
duas almas que se querem
no intenso aroma dos corpos
insaciados,
somos nós,
e o tempo dos relógios,
sorrindo do tempo
que resta,
e da vontade
de voltarmos
à eterna busca
dos sorrisos
e dos momentos,
onde nos achamos…
felizes.

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