9.10.06

Nós

Vens-me à memória
no passar das imagens,
nas fotografias que fixo
nos olhares desencontrados.

Há uma cadência própria
dos tempos outonais,
das cores castanhas, ocres e douradas,
onde me delicio
na soberba
da preguiça,
enfeitiçado
junto à lareira que me acendes,
com que me aqueces.

Nas tuas mãos
tens dois copos
vinho tinto, maduro,
cheios.

Deitas-te a meu lado
com a indulgência dos amantes
percorres-me os lábios
perguntas-me se me queres

E eu dou-te as mãos
código dos amantes que se desejam
e lampejam teus olhos
e o brilho da noite
vai começando a ser nosso.

3 comentários:

Anónimo disse...

ah, o desejo que nos transforma e nos aquece…
apenas não nos move!
gostei de sentir o toque fugaz das tuas mãos ausentes

Isa e Luis disse...

Olá,

LINDO! deleito-me nesta torrente de emoções.

beijo


Isa

Anónimo disse...

Ás vezes as palavras tornam-se tão reais que parece que as vivemos...