Vens-me à memória
no passar das imagens,
nas fotografias que fixo
nos olhares desencontrados.
Há uma cadência própria
dos tempos outonais,
das cores castanhas, ocres e douradas,
onde me delicio
na soberba
da preguiça,
enfeitiçado
junto à lareira que me acendes,
com que me aqueces.
Nas tuas mãos
tens dois copos
vinho tinto, maduro,
cheios.
Deitas-te a meu lado
com a indulgência dos amantes
percorres-me os lábios
perguntas-me se me queres
E eu dou-te as mãos
código dos amantes que se desejam
e lampejam teus olhos
e o brilho da noite
vai começando a ser nosso.
3 comentários:
ah, o desejo que nos transforma e nos aquece…
apenas não nos move!
gostei de sentir o toque fugaz das tuas mãos ausentes
Olá,
LINDO! deleito-me nesta torrente de emoções.
beijo
Isa
Ás vezes as palavras tornam-se tão reais que parece que as vivemos...
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