2.10.06

Não sei quem és

porque não sei quem és,
e ao mesmo tempo te conheço,
porque nunca te desvendas,
e os pássaros poisam em ti,
hipnotizados do vento fresco
que sai dos teus lábios.
porque te possuo
em cada letra que pariste
do teu coração
onde rebentam as águas
de uma dor afogada,
porque me mostras as paisagens
de um ser livre
que não se arrebanha,
e teus pés caminham
no teu único sentido,
porque lês os teus livros
e me entregas as tuas frases
sem citação
porque me passas ao lado
como se tivesses falado comigo
de manhã ao acordar,
porque te persigo
na inebriante sensação
de que és tu,
aqui estou
deixando-me aos teus pés.

2 comentários:

Anónimo disse...

Este poema está realmente belo...
T

Anónimo disse...

e ficou todo um silêncio...