2.10.06

Busca eterna

No transe
dos dias que se gastam,
chovem dentro de mim
pensamentos soltos
que me constroem e
destroem.
Acordo e adormeço
no mesmo instante,
chegado de um sonho
que sempre se atrasa,
e por fim se senta à minha beira
cansado,
de tanto correr.
São mil imagens,
o cansaço dos sons
os teus seios soltos,
botões mecânicos
ligam e desligam,
- os olhos piscando
repetem
os quotidianos insensíveis,
e de volta ao silêncio,
abraçado na penumbra,
sei de certeza,
que um único desejo
persiste:
- uma única angústia
busca,
uma única mão
se fecha num querer
inenarrável,
inexplicável
do que na verdade
te peço:
- do que na vida quero
- do que da vida tenho
o insondável mistério
do que queremos
e nunca haveremos de
encontrar.

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