22.6.06

O terminar do dia

O dia repousa do meu lado,
o lado vazio
que não preenches,
que se enche de desejos
guardados na noite;
canto baixinho
melodias inventadas,
desafino
no tremor do meu peito,
frio;
encosto-me às palavras
com que cubro
a imensa vontade
de te ter.
O dia
já adormeceu,
respira sereno,
a noite
envia a sua sombra,
senta-se no meu leito
à minha beira,
conta-me histórias,
e depois quando
o livro se acaba
e me ajeita os lençóis
na despedida,
meus olhos pedem mais,
mas a luz vai-se fechando,
não vá o dia
acordar.

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