26.4.06

Levantem-se as palavras

Levantem-se as palavras
do desejo,
cascata colorida de dor e comoção
de risos e lampejos
do amor que há.
Entrego-me no poema,
com as mãos frias
desejando-te no teu calor
de amante
na tua ternura de mulher.
Há faróis e lampiões
iluminados,
há poemas ditos e reditos
na tristeza das sombras
e há a loucura da solidão,
esse infinito e misterioso
beijo
que morre na espera
vendo um barco partindo,
partindo com ele o amor
partindo tu tambem.
Como este poema
sem dono
sem ninguem,
as palavras indo com o vento
as lágrimas entregando-se
ao sol
que quando voltar
trar-me-á invísivel
na sombra que não vês.

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