26.4.06

Hoje

Hoje,
as palavras doem.
Saltam do peito como facas
e penetram no meu peito
distantes e frias.
Bom o tempo em que te davas,
e as palavras tinham
sabor a noites ternas
onde o amor era chama,
incendiando os sentidos,
em cada pedaço dos nossos corpos.
Hoje
As mãos são cepos inertes
como edifícios
velhos e esventrados
onde não cabe
senão
o frio dos indigentes
e a solidão
abraçando o silêncio,
deixando em cada pensamento,
a amarga melodia
que nunca quereria cantar.
Hoje,
olho os retratos
que os dias deixaram
e sei,
que já ficamos
para trás.

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