15.5.16

Dou por mim...



















dou por mim
de olhos abertos
murmurando teu nome
sussurrando
como um mantra
repetidamente sem resistir
aceito o quanto te quero
o quanto me fazes bem
como álcool ardendo nas feridas
abertas
dos teus dentes cravados nos meus lábios
dou por mim
na volta dos dezasseis anos
abraçado nos cinquenta e tantos
dou por mim
a queimar os passos nos círculos da espera
enquanto a sede chega
e o futuro passa de perto
dou por mim
sem saber se quer quem és
quando entras na minha casa
e saqueias o sangue
deste coração gasto batendo incessante
na tua procura

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